Jogos vendidos em partes prejudicam a experiência do jogador e comprometem a relação empresa-consumidor. Transparência e ética são essenciais na indústria de games.
Nos últimos tempos, tem se tornado comum ver jogos sendo divididos e vendidos em partes, mesmo que seja uma missão especial ou um conteúdo exclusivo atrelado a uma edição premium do jogo. A última polêmica nesse sentido foi com relação ao Star Wars Outlaw, que oferecia uma missão exclusiva atrelada a uma versão especial do jogo.
Essa prática não é nova no mundo dos games e não é exclusiva de uma única empresa. A Ubisoft, por exemplo, já adotou essa estratégia em outras ocasiões, como no Assassin’s Creed Valhalla. A Rockstar também fez algo semelhante com o Red Dead Redemption 2. Recentemente, o Hogwarts Legacy chegou com uma missão exclusiva nos consoles da Sony, no Playstation.
No entanto, é importante questionar se essa prática é ética e benéfica para os jogadores. Muitas vezes, essas divisões e vendas em partes acabam prejudicando a experiência do jogo, tornando-a fragmentada e incompleta. Além disso, essa estratégia pode afetar a relação entre as empresas e os consumidores, demonstrando que o lucro está acima da satisfação do jogador.
Com a chegada da nova geração de consoles e a popularização dos jogos como serviço, é fundamental que as empresas ajam com cuidado e transparência ao oferecer conteúdos adicionais pagos. Os jogos devem ser completos e coerentes em sua experiência, sem a necessidade de extras que comprometam a integridade do jogo.
É importante ressaltar que o faturamento e a saúde financeira das empresas são essenciais no mercado de jogos, mas é possível obter lucro de forma ética e responsável. A Capcom, por exemplo, adotou uma abordagem mais equilibrada ao vender itens cosméticos e vantagens no Resident Evil 2 Remake, garantindo que os jogadores pudessem desfrutar do jogo sem comprometer a integridade da experiência.
Em suma, é necessário que as empresas do ramo de games repensem suas estratégias e priorizem a qualidade e a experiência dos jogadores em vez do lucro imediato. A transparência e a ética devem ser valores fundamentais na indústria dos jogos, garantindo uma relação saudável e duradoura com os consumidores.